A dor não nasceu na Recicarbon — nasceu nos trilhos. A dona da ferrovia acumulava, há anos, um passivo ambiental que não se resolvia: montes e mais montes de dormentes ferroviários impregnados de creosoto. Cada peça carregava não só a marca da madeira, mas também contaminantes perigosos, entre eles dioxinas e furanos, compostos persistentes que exigiam um destino controlado e certificado.
Pressionada por normas ambientais e pelo risco de imagem, a concessionária ferroviária buscou uma saída. Foi assim que a Recicarbon, especializada em reciclagem e reaproveitamento industrial, recebeu o chamado. Ali estava uma oportunidade rara: um contrato relevante, um volume enorme de matéria-prima e a chance de entrar para o mapa da transição energética e ambiental.
Mas junto com a oportunidade, veio o obstáculo: até aquele momento, não existia no Brasil um sistema capaz de processar dormentes tratados, eliminando totalmente dioxinas e furanos, sem transferir o problema para o ar. Consultorias genéricas, universidades e fornecedores de fornos ofereceram respostas parciais porém ninguém não apresentou uma solução integral. Era preciso ir além.
Entra Daniel Barcellos. Engenheiro florestal e inventor, três décadas transformando biomassa em margem e reputação. O encontro com a Recicarbon foi decisivo: havia a oportunidade, havia a urgência, e havia um gargalo técnico que ninguém tinha resolvido.
A tese foi clara: transformar a operação em uma refinaria ecológica que eliminasse os perigosos dioxinas e furanos, não em uma carvoaria adaptada. O ponto crítico estava no sistema térmico e na logística de processamento — era preciso destruir os compostos tóxicos no próprio processo de carbonização, sem emissões visíveis, e ainda gerar um produto de valor agregado: biochar certificado.
Vieram os cálculos, simulações e redimensionamentos. Ponto a ponto, definiram-se as decisões-chave:
– Território e rotas mecanizadas para evitar contaminação cruzada.
– Layout térmico para linhas independentes e flexíveis.
– Fornos com fechamento hermético e recuperação de calor.
– Incineração total de gases em ciclo longo para eliminar dioxinas e furanos.
– Indicadores (KPIs) para cada etapa.
Depois de semanas de ajustes e revisões, o “bingo” técnico do projeto aconteceu: a configuração atingia destruição total dos compostos, conversão máxima e viabilidade econômica. Exclusividade alcançada. Negócio forte de pé.
O início não foi sem tropeços. Como todo novo negócio com tecnologia inédita, a implantação enfrentou falhas, ajustes e períodos de incerteza. Mas, como um barco que muda a rota em mar aberto, as velas foram reposicionadas.
Sob a liderança de José Semensato e, mais tarde, com a entrada de seu filho Felipe Semensato, a Recicarbon atravessou essa fase crítica e consolidou o método. As etapas foram seguidas com disciplina: pátio e fluxo reorganizados, linhas térmicas estanques, comissionamento controlado e equipe treinada para operar dentro de padrões internacionais.
O antes e depois era evidente:
Antes — Dormentes contaminados contaminando solo e lençois feráticos
Depois — Fim do passivo, recondicionamento e transformação e carvão siderurgico ecológico e isento de contaminantes
Este projeto é de minha autoria, do território ao funcionamento final.
O que a Recicarbon carrega hoje não é só um sistema técnico, mas um legado: transformar um passivo ambiental de alta complexidade em um ativo certificado e comercializável. A solução não nasceu de um catálogo, mas de engenharia autoral aplicada no campo, calibrada com métricas e sustentada por procedimentos que resistem ao tempo e às auditorias.
O desafio para quem lê é simples e brutal: você pode continuar tentando resolver problemas complexos com soluções genéricas ou pode entrar para o grupo seleto que decide criar sistemas exclusivos e irrepetíveis.
Consulta Ignis — Diagnóstico Técnico e Financeiro, comigo, Dr. Daniel Barcellos, 30 anos de campo.
WhatsApp: (73) 99980-1127
Não vendemos fornos, criamos sistemas e legados industriais.