Sebastião Fernandes já tinha vencido uma vida no financeiro quando decidiu apostar em outra: a vida na terra. Comprou a Fazenda Guaxupé, em Minas, plantou eucalipto selecionado, estruturou pátio, equipe e metas. No papel, tudo se sustentava. No campo, a realidade mordeu: pilhas de madeira viravam carvão instável, fumaça espessa riscava o céu, a produtividade oscilava, o dinheiro parecia evaporar junto com os gases, e qualquer visita da fiscalização era um frio na espinha. O que deveria ser orgulho com retorno virou um gargalo que consumia o futuro.
Fez o que um gestor sério faz quando a dor aperta: procurou solução onde a teoria é forte — a Universidade Federal de Viçosa. Conversas, reuniões, respeito intelectual não faltaram. Solução integral, com começo, meio e fim, não apareceu. Nessa travessia, alguém citou um jovem engenheiro florestal que unia ciência aplicada, chão de fábrica e decisão empresarial. Eu. Daniel.
Quando entrei no circuito, deixei claro: não se tratava de “trocar fornos e torcer”. O que eu propus foi uma mudança de era: transformar uma carvoaria em uma refinaria ecológica, com controle real de emissões, previsibilidade térmica e um produto que o mercado exigente respeita. E, para isso, a estratégia começa antes do primeiro tijolo.
Primeiro, o território. Escolhi a área do parque térmico olhando o que quase ninguém olha: ventos dominantes, declividade, drenagem, raio ótimo de suprimento, interferências e segurança. O terreno não foi o mais barato, retiramos árvores produtivas; foi o que permitiria um fluxo contínuo, sem cruzamentos perigosos e sem caminhões parados “cozinhando” umidade. Decisão de área é decisão de margem.
Depois, analisamos as rotas de madeira — o sistema sanguíneo da operação. Do talhão ao pátio, definimos caminhos principais e estoque estratégico como cobertura estratégica para proteger contra chuva e insolação. Implantamos controle de umidade por lote, para que cada carga entrasse no ciclo de carbonização com comportamento previsto. Do pátio aos fornos, escrevemos janelas de alimentação, volumes consistentes e sincronia de ciclos. Logística não é romance: é ciência aplicada à previsibilidade.
Então veio o coração térmico. Especifiquei modelos de fornos, geometria, isolamento, vedação, pontos de medição, tempos e temperaturas alvo. Dimensionei a rede de dutos e a câmara de queima para capturar, conduzir e oxidar os gases piróliticos com tempo e temperatura suficientes para destruir compostos — não para esconder fumaça. O calor antes desperdiçado passou a ser recuperado para secagem; o resfriamento deixou de ser improviso e virou etapa segura e repetível. Quando o desenho térmico se alinha à logística, o resto obedece.
Não foi fácil, houve contratempos, tivemos alguns erros de planejamento e execução, tempo ajuste de cadeia, porém nada que impedisse o projeto de sobreviver e perdurar e por fim vencer.
Mas engenharia sem rotina é sorte. Por isso, choreografei o método: Contorles claros, inspeções programadas, pontos de controle, critérios de liberação, protocolos de segurança e um sistema honesto de medir conversão real. Nada de mito. Ou bate no indicador, ou volta para ajuste. Ou seca a lenha ou terá problemas de rendimento e controle de poluição. Tudo transparente
Em 2011 ela foi idealizada e 2013, já operava a 100% da capacidade inicial, ela aumentou ao longo dos anos... A fumaça que fazia vizinho levantar a cabeça virou coluna d’água e CO₂ controlado. A oscilação de rendimento cedeu a uma curva de aprendizado com direção. A madeira deixou de ser custo invisível e passou a ser ativo obediente. O carvão ganhou densidade, granulometria e teor de voláteis compatíveis com quem paga por desempenho. O que era culpa virou processo; o que era risco virou padrão.
A mudança transbordou a porteira. A história de uma fazenda que escolheu engenharia no lugar de desculpas virou reportagem na Rede Globo — as câmeras mostraram que carvão vegetal limpo, rentável e tecnológico não era tese de auditório, era chão de fábrica com método. Quando uma operação para de pedir desculpas e passa a entregar padrão, o país presta atenção.
Importa dizer com todas as letras: o projeto é de minha autoria, da primeira estaca batida ao queimador funcionando. Escolhi a área. Defini as rotas. Determinei os modelos de fornos e o sistema de queima de gases. Desenhei layout, fluxo, lógica de secagem, resfriamento e expedição. Estratégia, em engenharia, é a sequência invisível de decisões que decide tudo quando ninguém está olhando.
Qual foi o segredo? Não existe segredo. Existe método — e coragem para sustentá-lo até virar cultura:
• Território antes do equipamento.
• Logística como ciência.
• Térmica com previsibilidade.
• Pessoas treinadas com propósito.
• Mercado no fim da linha.
O efeito dominó foi inevitável: de problema discreto, a operação virou referência pública; de passivo, virou estudo de caso. Selos e reconhecimentos chegaram depois, como amplificadores de quem já tocava a música certa. E a música começou no dia em que paramos de pensar em “forno” e passamos a pensar em “sistema”.
Se a sua operação está presa no ciclo de fumaça, licença apertando, rendimento oscilando e equipe exausta, entenda: não falta tecnologia no Brasil; falta direção. A Ignis não vende peças, vende padrão. Um padrão que sobrevive depois que saímos.
A sequência é simples — e dura: consulta estratégica, mapeamento de território e gargalos, redesenho de logística e térmica, implantação de método e entrega de um sistema que anda com as próprias pernas. Não é barato. Não é para todos. É para quem quer parar de perder valor todos os dias.
Triagem aberta para poucos projetos por trimestre.
Consulta Ignis — Diagnóstico Técnico e Financeiro, comigo, Dr. Daniel Barcellos, 30 anos de campo.
WhatsApp: (73) 99980-1127
Se você quer catálogo, procure outro. Se quer um novo estado operacional, sente-se à mesa.